07/10/2015

O muquifo da Publicis na Champs Élysées me dá nervos




Cada vez que passo em frente me pergunto: "Como é que pode!?" O local é histórico: chamava-se originalmente Hotel Astoria a construção foi encomendada pelo primeiro cliente de Paul Daimler, um diplomata austro-húngaro apaixonado por carros e que tinha uma filha chamada Mercedes... (Daimler, Benz, Mercedes Benz...) Foi quartel-general das Forças Aliadas no imediato Pós-Guerra e, desde 1958 é sede do que se transformou num dos três maiores grupos de propaganda/publicidade do mundo, o Publicis. Na revitalização o prédio, resolveram criar no térreo o que acharam por bem denominar de Publicis Drugstore. Era uma época em que o acirrado antiamericanismo do pós-guerra já havia sido suplantado pela subserviência aos padrões do "american way of life". A Publicis Drugstore abriga uma brasserie, um bar, uma farmácia (já comprei ibuprofeno e paracetamol lá), uma cave de vinhos, um quiosque de jornais do mundo, uma livraria (já comprei umas agendas lá) e uma sala de cinema. Na época, tornou-se um "point" da moda, preferido dos notívagos de Paris por funcionar até o começo da madrugada. Até aí, vá lá, o ruim é a casca de acrílico (ou similar) em que enveloparam o prédio, uma "modernidade" que aos olhos de hoje parece de extremo mau-gosto (ao menos para mim parece). E bem ali, pertinho do Arco do Triunfo. Só podia ser coisa de publicitário. Como pode?

(Foto e texto do proprietário do blog. Redigido em 07/10/2015)